terça-feira, 10 de abril de 2018

Chamados



Ahhh, a canção da chuva sempre foi convite !...
Mas não carecíamos dela.

Aconchegávamos-nos nos colos silenciosos,
A qualquer hora, para ouvir mais.
Pensar nada, nada fazer além de sentir.
Ser parte, estar um.
Um todo imenso...
Preenchido da presença
Do estar do outro ser somado.

Ahhh, o uivo do vento sempre foi convite !...
Mas não precisávamos dele.

Abraçávamos-nos, guardados um no outro,
Para começar as manhãs,
Para encerrar os dias,
Para celebrar o que sentíamos,
Gratos por estar ali.

Enlaçávamos os corpos para completar os beijos,
Para ouvir mais.
Pensar nada, nada fazer além de sentir
O outro pulsar em si,
Sendo um mesmo,
Unidos, preenchidos.

Não precisávamos de convites especiais.
Atendíamos a todos os chamados do amor.