segunda-feira, 21 de maio de 2018

Camille Claudel



Sua dor me acometeu.
Ecoou, reverberou, me atingiu.
Assomou-me, assumiu forma de assombro.
Ardeu em mim
Pelas linhas de profundo desespero,
Nascidas do terror.

Dão à luz a beleza do horror
De vivências de um amor mais que infeliz,
Desatinado.

Traduzem as agruras do humano vitimado,
Afligido pelo gênio da paixão.

Àquelas faces a própria morte grita.
Acendem o prodígio e o pesar,
O talento e a penúria do amar.
A insanidade que adveio
Trans-tornada inspiração.

Em pedra, uma mulher imprimiu o que sentiu.
Proclamou seu poder
Quando esculpiu seu coração.