sexta-feira, 22 de junho de 2018

Preces apaixonadas



São acordadas em mim e me despertam.
Amanhecem-me como reza nata.
Poetando oração sem terço, con-verso.

Desadormeço a-notando o que contenho,
Que porto ao peito,
E me arrebata e me move.

Debruço-me nelas e, espreguiçando,
Matino a alma.
Deitando-as em cama de sentir,
Descanso pesos, deposito emoções, desdobro ideias.
Bordo direitos costurando avessos
De viver que vai me imensando.

Quase sacras,
São ladainhas de alentar e aprazer.
De ordenar, conduzir ser.

Convertendo feiuras em bonitezas possíveis,
Inicio o dia com energia de casá-lo com o sorriso.

Palavra de aurora é prece
Que põe de pé, por dentro.
Uma forma de sustento.

Meio de orar... e agradecer.