domingo, 17 de junho de 2018

Trocas



Haverá quem nada tenha a dar,
Algo nenhum a receber ?

Haverá ser plenamente preenchido,
Totalmente abastecido
A ponto de não ter hiatos, lacunas,
Demandas, carências... dúvidas ?

Haverá ente inteiramente desprovido de adjetivos,
Que não possua predicados,
Nulo de experiências, substâncias a partilhar ?

Haverá homem vivente
Que faça-se só, cresça sozinho,
Sem um espelho, um apoio,
Um conforto, um conselho...
Um carinho ?

Haverá tempo limitante para aprender
Que há riquezas na pobreza, pobrezas na riqueza,
Sempre algo a aceitar e a oferecer ?

Que a mudança é a constante,
E que viver é câmbio...
De saberes e sentires,
Possuíres e perderes,
Soma...
Mesmo às subtrações ?

Haverá quem nada tenha a dar,
Algo nenhum a receber ?

Quem, sem troca, vive são ?!