O amor é tagarela.
Não consegue se conter.
Naturalmente leva a palavra à voz,
O corpo à porta...
À procura do par.
Pode moderar-se, ser comedido,
Tentar se controlar...
Mas não aceita ser contido,
Não sabe se calar.
Utiliza alternativas, desvios... mas se expressa.
Procura papel, portais... painéis,
Imprimir-se em paredes.
Usa sinais.
Não se encasula, não se encela,
Não se permite prisão.
É grande para grades.
Reinvindica voar.
Palpita, pulsa, precisa sair...
Percorrer outro ser,
Ter lar em outro peito,
Partilhar-se para ser mais.
Não sabe morar só.
Mudo ?
Não ama.
Amante calado ?
Uma mentira.