quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Atenta-mento... e apreciação



Atenta a esta sugestão. É um pedido.
Ou súplica; por que não ?!

Presta atenção ao profundo das palavras.
Contempla todo o tecido do texto,
Seu trançado de conceitos, e atmosferas, e ecos... e perfumes.
Supera o passear superfície, de supostas evidências,
Claridade à face, fácil.

Con-versa como ouvinte alerta, presente em plenitude,
Entregue ao sentir do entender.
Deixa de sobrenadar. Mergulha.
Há tanto além da lâmina de tinta, do plano aparente !...
Penetra para apreender, imergir camadas, palpar mais teor.

Poesia, caro leitor, não é produto de consumo célere, de engolir afoito.
Bem digerido e assimilado só se saboreado,
Se conteúdo for tomado sem pressa, com olhar de sensibilidade acordado.

É preciso despertar ao que palpita não explícito.
Há conteúdo inclusive entre palavras, em silêncio dissimulado.
Muito há encoberto, velado, disfarçado de espaço.
Em meio à rede mora enredo, há mistérios... não segredos.

Poesia pulsa. Tem o peito do poeta.
É preciso inspecionar, palpar, auscultar... para tocar interior.

Apreciiiiiie !... Com-tento.