sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Meus BENS



E que teria, eu, de verdade,
Além do que vai à alma,
Do que me passa à cabeça e porto ao peito ?!

O que tenho, eu, de concreto,
Se mesmo este corpo não possuo, não domino
E há de acinzentar...
Depois de deixar de ser carne que caminha,
PereSendo paralisado ?

O que teria, eu, além de ideias,
Sentimentos, emoções... ajuntados,
Trans-formados pelo tempo ?!

Ahh, o que amei, amo, amarei antes de ir é MUITO !...
Emanado, momento a momento, sustenta.
Não solidificado, é substancial.

O que tenho, de verdade, é fugidio.
Perfumes, fumaças de instantes vividos, evaporados.

Encanto com imagens dos amados.
Elã diante de olhares emocionados.
Ecos e-feitos de belas palavras.
Assombro com alvoresceres e suas cores.
Enlevo com melodias do mar... e dos mestres, chuvas, ventos.
Os sabores dos silêncios e sorrisos profundos.
Senso de pertencimento a presentes pontuais.
O acolhimento caloroso dos abraços.
As delícias das carícias de afeto.
Ahhh, as lágrimas doces de saudade !...

Tudo de não matéria que a vida trouxe, permitiu
E pude palpitar, ser... por pequenas eternidades !

O que tenho, quais meus bens, de verdade ?

O que se esvai... e fica só lembrança suave, feliz.