RETRATOS de LITERATURA ILUSTRADA - Prosa & Poesia & Fotografia
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Vida das palavras
A palavra tem trajetória, trilha, uma estrada, um bom caminho ou mau percurso fora de si. Nasce de mente... nem sempre consciente. Parte, refletida ou imponderada, da boca da face, das janelas da alma, das portas do peito... cercada ou não de dedos. Anda... pelo céu da boca, sobre linhas, pelo espaço entre gente.
Só ou acompanhada, da saída à chegada, entre emissão e efeito, perde e ganha substância e importância. Vai agregando ou destruindo, alterando significados, somando ou subtraindo sentidos. Caminha... da presença insípida à desgastante e dolorosa, do tom rude ao acompanhamento delicado e bem vindo.
É possível que se perca, que não encontre guarida, que repouse para sempre... sem colo, assento, casa. É possível que namore, procrie, case... atingindo o alvo, respondendo à incumbência, cumprindo a função... ou não.
Escrita ou falada, gritada ou sussurrada, em neon, negrito, tintas tênues ou pé de página, a palavra tem pernas, braços, tentáculos. Tem corpo, tem alma, energia. Porta véus, veste ideias, descobre e oculta fatos. Leva impressões, carrega sonhos, busca razões. Ostenta, expõe, cria... espaços, realidades, fantasias.
Palavra também padece de desuso, de descuido, de maus tratos. Trinca de maldade, amarga. Empobrece, sofre, morre... de vergonha e esquecida. Cresce, engrandece, agiganta-se, tem peso: move, impulsiona... ou paralisa. Toda palavra é viva e tem poder.
Envergando textos, cobrindo capas, placas... vagando pelos olhos, marchando por ouvidos, flanando na memória, onde mora, palavras têm porquê. Bailando entre lábios, desenhando imagens, conduzindo mensagens... palavras têm emprego, têm função. Expressam e imprimem a cor invisível do pensar e da emoção.
Palavras têm propósito, têm destino, têm missão.
Nesta tela passeiam, serenas... ansiando dançar entre pálpebras... e beijar um coração.
Conseguirão ?