Sementes

Planta... em você. Coleta sementes.
Colhe do mato, das águas, da terra... do que parece primário.
Colhe do livro, da imagem, da tela... das tentativas terceiras.
Colhe da arte, da travessura do outro, das lições alheias.
Colhe do que ouve, do que vê, do que percebe... próximo e distante.
Colhe do rico e do pobre, do que sabe e do que anseia.
Que todos têm a oferecer, algo a dar... e a aprender.
Colhe do concreto, visível objeto, do velado e transparente.
Colhe do maduro, do verde, em processo, e do claro, e do escuro.
Colhe de quem acolhe e do que oferece.
Colhe dos templos, dos ecos do tempo, da história, de todos.
Que cada um tem substância diversa.
Colhe do abstrato, do que sente...
Porque a vida, antes de certidão, corpo que move,
É poesia renovada, disfarçada de emoção...
Que impulsiona tudo mais.

Planta vida em si.
Com vontade, intensa idade.
Aos poucos, sempre... todo instante.
Ou tudo mais será registro de passagem,
Miragem...
Em roupagem de existir.