terça-feira, 26 de agosto de 2014

Casa grande & Senzala



O tapete à porta tenta conter, deter o que não cabe entrar.
A tranca propõe-se a impedir que invada quem não deve vir.

E o que, quem protege a mente, defende, guarda o coração ?
O que, quem cuida do que porta o peito, conduz conteúdos, assiste emoção ?

O bípede anda... claudicante,
Pobre em equilíbrio,         
Levando adentro, à mente,
Detrito, entulho, lixo acumulado,
Lodo que não vê.

Escravo de desejos,
Põe trave à porta... de senzala,
Animado e inanimado
Do invisível... que o habita.

Limpa pés, lava as mãos,
Protege posses, pertences.
Luta...
E alimenta ladrão
Do valioso... em si.

Não é senhor da casa grande.
Assalta a própria vida.
Rouba-se saúde e paz.