terça-feira, 28 de maio de 2019

Abaixo o chicote !



Outros já cobram bastante da gente
Para ainda nos judiarmos além,
Açoitando-nos com o chicote do espelho,
Com chibatadas de comparações e medidas,
Cobranças, muitas, criadas de demandas descabidas.

Sociedades e culturas já cultuam o que acaba,
Para ainda maltratarmo-nos mais,
Furtando-nos o fundamental, a saúde emocional
Que alicerça a liberdade,
Encelando-nos em cárceres privados
De expectativas fictícias, ilusórias, irreais.

Vem se exigindo o infundado:
A insustentável beleza do ser
Que profundamente sabe estar sendo enganado
E se permite escravizar.

Pois que somos senão espécime, sorte de natureza,
Que de sementes nasce, em corpo cresce, madura
E, por fim fenece, transformada,
Diferente em forma, desfigurada de frescor ?!

Pintado pelo próprio homem,
Ideal de figura, tipo de arquitetura
Inventado para vender, mover mercados,
Vem explorando nossas fraquezas, fragilidades,
Sonhos, fantasias... quimera de avançar idade
PermaneSendo mesmos.

Pois sugiro, aqui também, certa rebeldia pacífica
Em doses pessoais, silenciosas.

Que se conteste o mover de massa
Concentrando atenção em recheio.
Que se rejeite ser muuu em manada
Cuidando de si, da saúde,
Pra ser saudável-mente mais ciente,
Diferente, talvez...
Mais feliz.