quarta-feira, 29 de maio de 2019

Sobre estar constantemente à antessala do adeus



Triste ? É provável.
Mas não necessariamente.

Os sentimentos que surgem,
As emoções que manam diante desse saber,
Dependem dos ângulos de olhar, das lentes de ver.
De cultura, de educação, de crenças.
De quem e quando considera a questão.
Da personalidade que tem, da bagagem que carrega,
Dos valores que contempla, do contexto que vive.
Do momento, dos humores... do conjunto que o sustenta.

Triste ?
Talvez possa ser um pouco diferente...

Se puder ser estimulante.
Via, modo de tomar que incite a mudar
Em campos que nos são relevantes
Mas que, humanamente, não observamos
Ou tendemos a adiar...
Como se fosse certo o acordar amanhã, ter o tempo infinito.

Se chamar-nos à atenção, fazendo-nos conversar conosco, sinceramente,
Acerca do que mais nos nutre... ou poderia.
E questionar escalas de tarefas, prioridades... e os próprios desejos.
Aclarando quais são nossas verdadeiras fortunas,
As posses de que pouco desfrutamos,
As pessoas que permitimos que passem... sem tocar.

Se for sopro à chama apagada, aumentando fogo interior,
O entusiasmo de tentar.
Se puder despertar um certo sabor de urgência,
Servir como encorajamento, motivando o movimento,
Animando a sair do lugar,
Tirando-nos do modo operacional de subsistência
Em direção à realização do que se sente valioso, com V.

Sim, a consciência de estar constantemente à antessala do adeus
Pode ser triste...
Ou acender o exercício de buscar Viver.