sexta-feira, 20 de junho de 2014

Viagens na viagem... de viver



O tempo corre, escorre. Anda apenas na infância. Vivem-se fases, aprendizados e valores ao percorrer suas estradas. Acolhem-se e descartam-se opções, entre chegadas e partidas. Nenhuma etapa admite toda oferta, permite abraçar todas as possibilidades. Onde há eleição também há adeus. Tendências naturais intensificam-se ou diluem-se a cada novidade: intensas ficam ou des-pedem-se... deixando, abrindo espaços.

Cada um subsiste, sustenta-se, caminha, comporta-se... e aprende à sua maneira. Navego o impalpável. Elejo dedicar-me ao íntimo mais que devotar-me a coisas. Ao invés de acumular bens, investir em bem estar. Ao invés de agregar objetos, colecionar sensações e reunir significados. Ao invés de estacionar, granjear asas. Viver em voos de apreender, e acrescentar... adentrando outros universos... de conteúdos e sentidos. Visitando livros, lugares, cabeças, naturezas. Testemunhando ideias, criações: percorrendo territórios... também além do particular.

Escolho peregrinar em mim e viajar no alheio. Mergulhar momentos, contemplar presentes, aprender do mundo, morando um pouquinho em outros meios... intensa mente. Trazendo-os na mala... sem alça, que consome sapato e é movida a coração. Não na de rodinhas.

Escolho procurar lugar, locar apartamento em terra alheia, sem posse. Seja em solo de fato... ou peito de gente. Procuro abastecer-me em feira livre, prateleiras visíveis e invisíveis, da emoção. Ajuntando dados, cultivando, colhendo experiência... também de língua local. Explorando, descobrindo o possível, partilhando do conjunto. Não me basta passar por !

É, sempre em exercício !... Desempenhando os muitos papéis que a existência oferece... como posso, como sei, como consigo. Em treino constante de pernas, tento, sentimento.

Viver faz-se em somas e reduções. Nem sempre há perda na subtração. A tendência, contudo, é ver... apenas depois. Todos precisamos crescer. Evoluir, ser melhor, exige movimento, mudança. O bem não vem só por vias doces. Mas a vida é muuuuuito boa se namorada com esses olhos, ao invés de desperdiçada com bobagens, ou brigas.... que ela ganha.

A idade adulta pode, sim, ser muito saborosa. Somos frutos que maduram - ou não - de acordo com condições externas e de interior. As trocas - constantes, instante a instante - demandam carinho, merecem presente... de atenção crescente.