Meu e seu

Vivemos como o mar, em ondas. De nascentes a vazantes, oscilamos, instante a instante, entre os supostos bem e mal, dúvidas, certezas, alegrias e tristezas. Seguimos mais ou menos rasos... e por vezes transbordantes, entre forças variáveis, de marés.

Mover-se é mandatório, imperativo. A estase nos afoga. Sem nadar, naufragamos até mesmo em águas mansas. A diligência ajuda, o movimento adequado pode salvar. Ah, e o que dizer da mão amiga a suster e apoiar ?!

Bebemos, beberemos água salgada algumas vezes. Talvez muitas. Imersos em dificuldades, podemos ter a visão turva, perder sentidos... e até a razão. Podemos nos debater um bocado... até alcançar praias amenas, de mais tranquilidade. Mas navegar é preciso, não desistir é vital.

Antes de mais nada, nadamos a própria existência. São vinte e quatro horas por dia de conexão com o ser que nos habita, em embalagens ambulantes. E cada acordar é um novo começo, uma nova chance nesse processo sem fim, de superação.

Competição ? Não. Ninguém precisa bater o outro, mas vencer, ganhar a si para experimentar momentos de êxtase, serenidade, plenitude, satisfação... de produção própria, interior. Somos nosso supremo desafio... e grande prêmio também.

Tomados por estímulos, impulsos, agentes de toda sorte, agimos e reagimos, gerando e recebendo o que nos envolve. Interagimos o tempo todo... e tudo é troca. Rios alheios também desaguam em nós, em soma, compondo nossos mares. Oceamos pela vida !... 

Há, contudo, quem não consiga doar, não aceite dividir, não saiba ceder, partilhar, oferecer... nem mesmo sorrisos. Talvez crendo diminuir-se ao acréscimo do outro. Como afirmar ? Peeeena ! O universo se engrandeceria. O mundo... de todos... seria lugar melhor para viver. A magia - divisível - poderia ser palpável !

A energia circula, viaja entre corpos, entre mentes. É capaz de tocar, contagiar e estimular mudanças. A sua é minha, a minha é sua também. E cada um dá o que tem.

Que vibremos pelo BEM !